O adenoma hepatocelular é um tumor hepático raro, fortemente ligado ao uso de esteroides contraceptivos, seja os derivados de estrogênio ou de progesterona. Ocorre predominantemente em mulheres jovens, obesas e em uso de anticoncepcionais hormonais orais (ACHO). O crescimento dos adenomas parece ser hormônio dependente, com evidências de crescimento durante a gravidez e regressão após a suspensão dos ACHO.
De maneira geral não produz sintomas, sendo descoberto em exames de imagem de rotina ou realizados por outras queixas. Dor localizada no hipocôndrio direito ou epigástrio é queixa de 25% dos pacientes. A dor pode iniciar ou se tornar pior após o sangramento ou necrose do tumor. A apresentação mais dramática do adenoma hepatocelular é o hemoperitônio, que é o sangramento livre para a cavidade abdominal. Esse tipo de complicação é mais comum nos tumores subcapsulares e associados ao uso de anticoncepcionais.
O diagnóstico é dado na maioria das vezes através de um exame de ressonância nuclear magnética de boa qualidade interpretado por um médico experiente.
Em homens o adenoma hepatocelular deve ser ressecado independente do tamanho, já em mulheres a ressecção geralmente é indicada para tumores >5cm após a suspensão do anticoncepcional. Mulheres com adenoma único ou múltiplos < 5cm podem ser seguidas com exames de ressonância periódicos, já que a maioria desses tumores se manterão estáveis ou até reduzirão de tamanho. Gravidez não é contra-indicada, mas requer acompanhamento periódico.